segunda-feira, 21 de setembro de 2020

 HISTORIOGRAFIA MARXISTA:

Teoria Crítica: um elemento da historiografia marxista.


   1. INTRODUÇÃO

Primeiro, antes da leitura, deve ser entendido que este artigo fala sobre "o como". Daqui a pergunta: como se dá o rísco de ativismo político em sala de aula ou na escrita da história por parte de um professor ou historiador marxista? Também, qual é a base filosófica, doutrinária ou dogmática que norteia o pensamento e as atitudes e o trabalho historiográfico marxista? Assim, veremos na seguência teoria crítica e materialismo histórico e dialético os componentes que serão os motores e o que norteará o ensino e a escrita historiográfica desta perpectiva de visão sobre a história.

HISTORIOGRAFIA MARXISTA: o domínio da mente do professor e historiador, é este é o tema escolhido para este trabalho. Este tema dá nome a uma investigação importante de um fenômeno atual - choque ideológico no Brasil no ambiente escolar e acadêmico. Este trabalho é a busca de orientar o leitor do como ocorre tal fenômeno, porém, de um ponto de vista cientificamente analisado – ir às raízes que fundamentam e dá sentido a um método historiográfico. Fazendo uma analogia com a doença, dizemos que se a historiografia marxista fosse uma doença viral a teoria crítica seria o vírus; fato é que, há um momento de conflito que ainda não existia de forma tão acentuada até estes dias. Quando um pai ou uma mãe reclama do conteúdo que o seu filho recebe vê-se o sintoma (efeito); não vê a que dá início a tal cenário (causa). No Brasil na área educacional está havendo grandes embates de questões, como: pais questionando o conteúdo de um livro didático, como por exemplo, uma mãe questionar o porquê de apresentar um líder do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) como uma vítima social, se é condenado por vários crimes contra esta mesma sociedade (MANSUR, Alexandre; VICÁRIA, Luciana; LEAL, 2007), ou por outro lado porque tratar Mao Tse Tung e a Revolução Chinesa como um grande trunfo sem falar do genocídio da própria população e a repressão que há até hoje, etc. Pais atentos e mais instruídos notam estes detalhes. Porque no âmbito educacional há uma contribuição para que isso ocorra de forma mais acentuada? Qual é a historiografia que pede a hegemonia da narrativa? Qual é a sua base filosófica? Desta forma assim está delimitado o tema em: Historiografia marxista e Teoria Crítica (base) e as causas e efeitos no processo de ensino aprendizagem. Por quê? Porque escrevemos sobre teoria crítica? Porque este trabalho de pesquisa entendeu que não se pode falar dos efeitos da historiografia marxista sem falar de teoria crítica marxiana, que em si, é um indutório à crítica a social e nela está contida. Desta forma, após uma reflexão sobre a vida do autor da teoria reflete-se sobre a teoria, onde, este trabalho trás a seguinte questão: quais os principais impactos da utilização da teoria crítica no método, isto é, historiografia marxista com relação ao processo de aprendizagem e a  busca da influência nos alunos e demais audiências? 

A esta questão busca-se responder da seguinte forma. Primeira arte: uma preliminar analisando Karl Marx e o seu contexto, isto é, o homem por atrás do método – historiografia marxista. Segunda parte: a essência do método – Teoria Crítica. Terceira parte: Identificar a influência social, cultural e política da historiográfica, em questão, na construção do processo histórico pedagógico.  Quarta e ultima parte: Observar aplicabilidade prática junto às causas e efeitos da historiografia marxista, mediante a teoria crítica, verificando o que, a mesma, está propondo nas construções sociais encontradas ao longo da pesquisa. O método usado será uma extensa análise bibliográfica e observações de in loco em sala de aula, e assim, mostraremos este trabalho de pesquisa.


2 KARL MARX: O HOMEM POR TRÁS DO MÉTODO

 É importante observarmos não apenas o objeto em questão de um trabalho, mas, também àquele que idealiza, descobre ou inicia uma corrente de pensamento. Qual é o contexto de época que cria Karl Marx, partindo do pressuposto que, o meio tem grande influência na forma de pensar.

Por assim disser, o economista, filósofo e socialista Karl Marx, é natural da cidade de Tréveris, Renânia, província ao sul da Prússia - um dos muitos reinos em que a Alemanha estava fragmentada, tendo como data de nascimento o dia 5 de Maio de 1818. Veio a estudar na cidade de Berlim, capital do império prussiano, e ali estudou principalmente a filosofia hegeliana, e formou-se em Jena, cidade da Alemanha localizada na Turingiacom a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro.

Em 1842 no jornal Remano, situado em Colônia veio a ser o chefe de redação (MARX, K. 2008) e, ali os seus artigos radical-democratas irritavam as autoridades. Em seguida, mudou-se para Paris em 1843, editando no ano seguinte o primeiro volume dos Anais Germânicos-Franceses, que foi instrumento dos hegelianos de esquerda, porém, dentro deste movimento. Rompeu laços com seus líderes, Bruno Bauer e Ruge. Dali seguiu para Paris, onde veio a conhecer Friedrich Engels, em 1844, começando uma amizade íntima que iria durar uma vida inteira. Em 1845 foi expulso da França, radicando-se em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e exilados. No ano de 1848, no dia 24 de fevereiro Marx e Engels publicaram o livreto “O Manifesto Comunista”, primeiro exposição de uma teoria revolucionária que, mais tarde, viria a ser chamada de marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista. Depois da derrota de todos os movimentos revolucionários na Europa e o fechamento do jornal, cujos redatores foram denunciados e processados, Marx foi para Paris e daí expulso, para Londres, onde fixou residência. Então, estava ele, em 1850, na Londres da rainha Vitória (MARX, Karl, 2008. p. 24), tida como a cidade mais rica do mundo. Bem como generosa, liberal; a cidade despontava como um farol e um santuário para os infelizes e desamparados que vinham de todas as partes, relata Mary Gabriel em sua biografia sobre Marx (GABRIEL, 2013), continua a mesma mostrando que era uma cidade de pessoas castigadas pelas chuvas constantes e pelo frio cortante, onde até a ideia de lutar pelos próprios direitos parecia algo absurdo. Todos os dias uma multidão de vozes aflitas se esgoelava para se fazer ouvir em meio ao rumor da capital dos ingleses, afirma a mesma autora. Em prol da sua sobrevivência, os recém-chegados vendiam tudo o que podiam: cortes de tecido, botões, cadarços, etc. O mais frequente, contudo, era venderem-se a si mesmos, por hora ou por dia, no trabalho ou na prostituição. Homens e mulheres cobertos pelo manto do próprio desespero, numa condição em que a miséria poderia levar até aos mais esforçados ao crime. As carroças iam transportando carcaças com aromas de carne e queijos aos bairros mais ricos aceleravam nos quarteirões. Por estes relatos bibliográficos, este era o mundo que, em Londres, os olhos de Marx observavam ao seu redor.

Na capital londrina, dedicou-se a vastos estudos econômicos e históricos, sendo frequentador assíduo da sala de leituras do British Museum. Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras. Em 1864, Marx foi cofundador da Associação Internacional dos Operários, depois chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção.

Em 1867 publicou o primeiro volume da sua obra principal, “O Capital”. Dentro da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente dissolvida. Em compensação, naquele momento em 1875, Marx podia patrocinar a fundação do Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros agrupamentos socialistas da Europa.

Na vida pessoal e em família casou-se com Jenny von Westphalen, e viu quatro de seus sete filhos morrerem ainda bebês, duas filhas se suicidarem, e que dependeu financeiramente da mulher durante os 16 anos que se dedicou a escrever "O Capital" - ainda assim, ele a traiu sexualmente. (GABRIEL,2013).

Segundo a mesma autora a dedicação de Marx a suas obras exigiram muito sacrifício de sua família. Jenny enterrou quatro dos sete filhos, viu as três filhas sobreviventes privadas de qualquer coisa que se aproximasse de uma vida adequada de menina, teve seu rosto, antes adorável, devastado pela doença e sofreu a traição definitiva quando Karl teve um filho com outra mulher. Jenny não viveria para ver os tristes capítulos finais das filhas – das três, duas cometeram suicídio. O filho que teve de outra mulher foi de sua própria empregada enquanto Jenny, a esposa, viajava para arrecadar fundos para a causa operária (GABRIEL, 2013), e, segundo Mary Gabriel, autora do livro: Amor e Capital; que, é uma biografia da vida familiar de Karl Marx. A autora concilia uma pesquisa histórico - biográfica exaustiva - incluindo cartas inéditas localizadas em arquivos de Moscou, e também usando cartas que abordavam o tema dos Marx e que foram escritas por parentes mais distantes e amigos. No livro, Amor e Capital está escrito: “Marx garantira a Jenny que ela e as crianças não teriam que passar por aquele sofrimento para sempre. Assim que seu livro fosse publicado, ficariam ricos e o mundo lhes agradeceria pela abnegação” (GABRIEL, 2013, p. 11).

Karl Marx morreu no ano de 1883 (e só 11 pessoas compareceram ao seu funeral), ele não viveu para testemunhar o impacto maior de suas teorias, que virariam o mundo de pernas para o ar ao longo do século XX, naqueles países das Américas, Europa e Ásia onde se implantaram regimes que chegavam hasteando a bandeira socialista-marxista inspiradas na bandeira vermelha bolchevique. O certo é que, em nome de Marx, ainda hoje se fazem muitas barbaridades, com boas ou más intenções baseados em seus escritos. Em 1888 publicou Engels as Teses sobre Freuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o modificaria com base em uma teoria crítica e histórica dialética.


        3 TEORIA CRÍTICA: a filosofia crítica que induz a crítica do usuário do método. 

Conceito. Esta palavra aponta um compreender profundo; na essência e raiz do que se analisa. Para tanto, começamos dizendo que a expressão “teoria crítica”, que nos traz aqui, contém, na história da mesma, suas próprias ambiguidades particulares, ora trazendo a ideia de crítica à mera sociedade dita capitalista, ora a crítica à sociedade cultural e moral a partir do advento da Escola de Frankfurt. Para ser claro, em primeiro lugar, surge a pergunta: teoria de quê? A resposta é que, para um marxista, é a “teoria crítica da sociedade”, sociedade esta que está no horizonte de visão construído pela sua forma de ver o mundo, intrínseco da historiografia marxista, que norteia o seu entender. Visto que é a metodologia aplicada que possibilita a leitura de qualquer objeto científico. Variando a metodologia, será alterada por completo a percepção do que se está em análise.

Assim, entender profundamente a teoria crítica, que é o princípio do método marxista, eu creio ser importante, pois, esta, se posiciona como a coluna vertebral do entendimento de sua historiografia, e, é o que vamos buscar agora, isto é, penetrar na sua essência afim do entendimento e compreensão da natureza teórico-crítica – entendendo a natureza de uma teoria (essência do método) iremos buscar compreender o método historiográfico. Para assim dizermos que, enquanto a tese do materialismo histórico marxiano (obra autógrafo) defende que a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até a atual (MARX, K.; ENGELS, F., 1999), segundo seus escritos no “Manifesto do Partido comunista” de 1948, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do homem pelo homem", a Teoria Crítica, no intento de mudar o mundo como marxistas interpretam,  buscam unir teoria prática; ou numa linguagem da cultura marxista: teoria e praxi, ou seja, incorporar ao pensamento dos agentes sociais um pretenso agir emancipatório dos agentes sociais, a partir do presente, numa relação conjunta entre teoria e prática, como coloca em nota Floretan Fernandes em uma obra de seleção de textos de Marx e Engels (FERNANDES.,1989, p. 130), “uma forma de imaginação histórica ou histórico-sociológica que fundia teoria e praxis, a partir da condição humana do intelectual como homem de pensamento e de ação (...). Esta é a base onde se assenta a historiografia marxista, sendo que, na historiografia marxista, enquanto o Materialismo Histórico constrói a dinâmica da narrativa a Teoria Crítica é o que dá o seu sentido existencial.

Fato é que, hoje, no Brasil, a visão crítica-histórica ou histórico-crítica, segundo, e, a partir da obra de Marx segue norteando a historiografia estatal que induz ao seguinte pensar seguindo a premissa de Horkeimer quando diz: “mais que o conhecer se faz necessário ser um objeto de mudanças” (BENJAMIN, 1975, p.163). Este pensamento opõe-se, segundo Horkeimer, a teoria de sentido tradicional, cartesiana do conhecimento pelo conhecimento sem a visão da praxi.

Basicamente, este tópico tem como objeto a Teoria Crítica e, nesta tarefa, obrigatoriamente, entramos no marxismo de Karl Marx e Max Horkeimer (1895-1973).

É de se observar que na mente de muitas pessoas quando se fala sobre Horkheimer vem na memória, de muitos, a Escola de Frankurt, na Alemanha, porém, neste trabalho é importante observar que não se trata da Escola de Frankurt, que é uma escola de tradição marxista, mas, basicamente este trabalho se trata da: “Teoria Crítica”.

Esta expressão Teoria Crítica ela nasceu, justamente, num texto de Max Horkheimer em 1937 chamado: “Teoria Tradicional e Teoria Crítica”. Neste seu ensaio ele apontou a diferença entre dois métodos. O primeiro fundamentado no “Discurso sobre o Método” (BENJAMIN, 1975) e o outro, na crítica da economia política. Neste ensaio, Horkheimer, se refere, também, a teoria em sentido tradicional cartesiano, que é a antítese da teoria crítica, escreveu ele que, esta, organizava a experiência tendo como base a formulação de questões que não estão em conexão com a vida dentro da sociedade atual no que é, e não vemos ou ignoramos.

Para Horkheimer a gênese social dos problemas, as situações reais nas quais a ciência é empregada e os fins perseguidos em sua aplicação, são por ela mesma considerados exteriores nos casos de alguns grupos humanos que jugava excluídos para uma transformação social através do protagonismo dos indivíduos. A razão da teoria crítica na sociedade seria a seguinte em seu ensaio: “Filosofia e Teoria Crítica”:

 

A teoria crítica da sociedade, ao contrário, tem como objeto os homens como produtores de todas as suas formas históricas de vida. As situações efetivas, nas quais a ciência se baseia, não são para ela uma coisa dada, cujo único problema estaria na mera constatação e previsão segundo as leis da probabilidade. O que é dado não depende apenas da natureza, mas também do poder do homem sobre ele. Os objetos e a espécie de percepção, a formulação de questões e o sentido da resposta dão provas da atividade humana e do grau de seu poder (BENJAMIN, 1975, p 163)

 

Isto é, vemos em Horkheimer a importância do agir e não apenas do conhecer – aqui vemos que é a Teoria Crítica que oferece ao método, este, ser um objeto indutivo, e seguindo assim será indutiva na relação da mesma com uma disciplina escolar ou acadêmica e desta com o discente. Isto é uma educação crítica.

Voltando a nossa visão para a essência do trabalho – Teoria Crítica - dizemos que esta expressão Teoria Crítica ela nasce neste texto de Max Horkheimer em 1937. Nesta data pela primeira vez é utilizada neste sentido, e, nestes escritos da década de 1930, Horkheimer, sobre a Teoria Crítica mostra uma ligação continua que surge em Karl Marx: “produz teoria crítica todo àquele que quer continuar a obra de Marx, basicamente, aquele que se reivindica desta obra” (VIEIRA; CALDAS, 2006, p. 3), de acordo com o artigo dos professores universitários Vieira e Caldas em artigo citando Horkeimer.

Assim, a teoria crítica designa o campo teórico que é anterior ao próprio Horkheimer, pois, este está na década de 1930 se referindo à obra de Karl Marx que pertence ao século XIX.

A expressão teoria crítica é paradoxal porque guando nós temos em mente uma teoria sobre determinado assunto ou tema, na maioria das vezes queremos disser que com isso nós temos uma hipótese ou um conjunto de argumentos para poder explicar ou compreender um fenômeno ou uma determinada conexão de fenômenos no mundo, assim nos instrui Vieira e Caldas, “Uma teoria é composta por um conjunto de hipóteses ou de argumentos utilizados para compreender fenômenos reais.” (VIEIRA; CALDAS, 2006, p. 3), e, assim, teoria teria esta pretensão e esta função. A teoria quando ela tem a pretensão de explicar uma conexão de acontecimentos ela pretende mostrar como as coisas são, continua o mesmo argumento. Se for uma teoria científica ela tem o desafio de não apenas mostrar como as coisas são, mas, deve ser capaz, também, de prever o que irá acontecer, assim, ela tem que ser capaz de compreender os eventos do mundo de, tal maneira que, ela possa, também, produzir prognósticos a partir dessas conexões que a teoria encontra e nos expõe como explica estes autores, uma teoria, então, é confirmada ou é refutada conforme as previsões e os diagnósticos se mostrem corretos ou incorretos (VIEIRA; CALDAS, 2006), isto é, que neste sentido a teoria em geral se opõe a prática.

No pensamento de: “não basta pensar” o teórico crítico busca na prática a realização de potencialidades ao redor que o mundo não vê ou ignora. A crítica aqui, segundo seus seguidores, possibilita, também, enxergar uma realidade de elementos que impedem e são desafios na realização e alcance desses potenciais melhores que existem no agora. “Ao olhar o mundo da perspectiva de um mundo melhor que ele poderia ser, ao mesmo tempo consegue enxergar nesse mundo além, os obstáculos para que se alcance esta configuração melhor de mundo”, ou como poderia ter sido, assim escreve Fernandes em seu livro “História: Marx e Engels: o que sugere o quanto a ausência da critica ideológica prejudica os melhores intentos de investigação histórica” (FERNANDES. 1989. p. 61 ), portanto teórico críticos veem que a realização dessas potencialidades, ditas eles que são melhores no mundo significa que só é possível realizar pela prática - isto é, pela ação, e, é exatamente neste sentido que a teoria crítica aponta para a praxi.

A relação entre teoria e prática fica completamente diferente porque a teoria crítica ela pretende apontar para os obstáculos a serem vencidos para a realização dos potenciais emancipatórios presentes, e, ao mesmo tempo, a Teoria Crítica tem que apresentar o mundo como ele é. Apresenta quando diz: existem determinadas tendências estruturais, de acordo com Vieira e caldas (VIEIRA; CALDAS, 2006), e são tendências de dois tipos: são tendências perenizadas nos obstáculos que nos impede de transformar o mundo e, também, as tendências potenciais da ação que vai permitir superar estes obstáculos, então, a ideia de tendência ou probabilidade é fundamental para a teoria crítica, por que ao analisar o mundo como ele é, esta, tem que aponta para o mundo como, este, deveria ser ao nosso redor.

Estamos envolto num mundo comercial e isto determina muitas coisas na história segundo o marxismo. E, dentro de uma visão marxista do mercado capitalista, este, não é simplesmente um elemento social entre outros, mas, ele é o centro da sociedade, como escreveu Marx (...) “a estrutura económica da sociedade, é a base real sobre a qual se eleva o edifício jurídico e político, de tal maneira que o modo-de-produção da vida material domina em geral o desenvolvimento da vida social, política e intelectual” (MARX, 2013. p. 30), ou seja, o mercado dito capitalista é o centro pelo qual converge toda a atividade de produção da sociedade, portanto, partindo deste diagnóstico qual é a primeira tarefa a fazer, segundo a teoria crítica? Se o centro da sociedade é o mercado, então, eu entendendo o mercado pela crítica, estarei entendo, também, a partir desta crítica, esta sociedade (VIEIRA; CALDAS, 2006), segundo estes autores, o centro do mercado capitalista e da sociedade é: a mercadoria

Entendemos então, até agora, o que é teoria crítica de forma conceitual, bem como, o ponto de vista de um historiador marxista irá ter a sua volta, isto é, a sua forma de ver o mundo no que tange as coisas que fazem a história acontecer, isto, na sua visão e, bem como, a teoria que propõe ao indivíduo uma ação em relação ao estado de coisas ao redor. Como isto influencia o nosso meio? É o que veremos a seguir.

         

        4 HISTORIOGRAFIA MARXISTA: INFLUÊNCIA EDUCACIONAL, SOCIAL, POLÍTICA E CULTURAL

            Como este viés ideológico crítico marxiano na historiografia influencia o seu meio? Para este entendimento partimos do princípio que o método é o instrumento que proporciona ao historiador deslumbrar o seu horizonte de visão – qual é a visão da historiografia marxista? Para obter esta resposta iniciamos de uma visão do horizonte da história segundo a ótica materialista do tempo presente que decorre em torno da materialidade da mercadoria, e por com seguinte, do mundo da economia que o historiador marxista tratará sempre como capitalismo: explorador e explorado (marxismo clássico); ou dentro de um neocomunismo, ou neosocialismo na linha da Escola de Frankurt; ou como já escrevera Marx: “Todas as sociedades anteriores como vimos, se basearam no antagonismo entre classes opressoras e classes oprimidas.” (MARX K., ENGELS, F.  1999, p.26), uma visão dicotômica de classes ou grupos sociais que se antagonizam havendo o hegemônico e a minoria, dentro de um maniqueísmo dual. Esta visão ideológica norteará a compreensão dos fatos históricos, de Marx e Engels, até os dias atuais na educação inclusive no Brasil.

Dentro desta visão de antagonismo, o educador Dermival Saviane em um artigo com o tema: Pedagogia Histórico-Crítica, As Lutas de Classe e a Educação Escolar escreve segundo as suas palavras, que “(...) porque é preciso vencer a resistência daqueles (a classe dominante) cujos interesses implicam a manutenção, consolidação e perpetuação da forma atual de sociedade.”  (SAVIANE, 2013, p.26), assim, o mesmo autor nos mostra que há uma “necessidade” de “emancipação” cultural a se vencer na sociedade e a pedagogia histórico-crítica, como o mesmo a denominou, surgiria como um instrumento, logo que, vemos isto quando escreve que “Efetivamente, a pedagogia histórico-crítica entende a prática educativa como uma atividade mediadora no interior da prática social” (SAVIANE, 2013, p.2), e aqui consecutivamente vem a historiografia no âmbito escolar como uma pedagogia crítica para ser uma agente influenciadora no processo pedagógico.

Esta pedagogia histórica–crítica se insere na visão historiográfica com o seu “princípio ativo” [teoria crítica marxiana], então, levanta-se uma pergunta: como se dá esta influência na praxi de uma pedagogia historiográfica histórico-crítica? Para responder a esta pergunta, este trabalho agora se volta à sociedade ao qual o marxismo com a sua: filosofia, crítica, historiográfia e visão educacional se voltam antagonicamente [No caso das Américas, e oeste europeu.], isto é: estas sociedades; e, segundo escreveu o jornalista e historiador austríaco, naturalizado brasileiro Otto Maria Carpeaux: “religião judaico-cristão, ciência grega, direito romano: eis a herança da Antiguidade, lançando os fundamentos da civilização ocidental” (CARPEAUX, 2011, p. 48 ), sabendo-se que os brasileiros são oriundos basicamente destas sociedades europeias, seus valores e culturas ocidentais que nos foram legados, agora são, da historiografia marxista:  inimiga. Vejamos o outro lado como está reagindo.

            Hoje, este viés ideológico faz existir uma influência muito grande no meio educacional brasileiro. Então, busquemos entre tantos um exemplo prático e bem notório de nossos dias: o movimento Escola sem Partido [fundado em 2003]. Bem! Que movimento é este? Assim se definem em seu site:

 

Escola Sem Partido.org é uma iniciativa conjunta de estudantes e pais preocupados com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras, em todos os níveis: do ensino básico ao superior. A pretexto de transmitir aos alunos uma “visão crítica” da realidade, um exército organizado de militantes travestidos de professores prevalece-se da liberdade de cátedra e da cortina de segredo das salas de aula para impingir-lhes a sua própria visão de mundo.” [o Iago. de 2018)

           

            Iniciado no Brasil pelo advogado Miguel Nagib, um procurador do Estado de São Paulo em Brasília desde 1985, o movimento tem objetivos bem definidos em seu site que são: como lutar, pelo que chamam de: descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas; respeito à integridade intelectual e moral dos estudantes; respeito ao direito dos pais de dar aos seus filhos a educação; moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.

            Este movimento é apoiado não só por seguimentos cristãos, mas, por grande parte da sociedade em geral com uma opinião maciça, como a do professor universitário e filósofo ateu, Professor Luiz Filipe Pondé, filósofo, escritor e ensaísta, pós doutorando em epistemologia que assim nos relata no Jornal Folha de São Paulo em recente matéria:

 

A ameaça da ditadura volta, não carregada por um golpe, mas erguida por um lento processo de aniquilamento de qualquer pensamento possível contra a seita. E aí voltamos aos alunos. Além de sofrerem nas mãos de professores (claro que não se trata da totalidade da categoria) que acuam os não crentes, acusando-os de antiéticos porque não comungam com a crença "cubana", muitos desses jovens veem seu dia a dia confiscado pelo autoritarismo de colegas que se arvoram em representantes dos alunos ou das instituições de ensino, criando impasses cotidianos como invasão de reitorias e greves votadas por uma minoria que sequestra a liberdade da maioria de viver sua vida em paz (PONDÉ, 2018. Folha de São Paulo. 2018)

           

Na área política ligada a pedagogia, o francês Pascal Bernardin autor de Maquiavel pedagogo (1995) escreve que: “Uma revolução pedagógica baseada nos resultados da pesquisa psicopedagógica está em curso no mundo inteiro” (BERNARDIN, 2012. p.9); é assim que, Bernardin inicia o seu texto. Com estas palavras quer demonstrar a urgência do tema que está sendo tratado – revolução pedagógica. Este autor aponta para uma educação que estaria assumindo um caráter revolucionário e internacional que possui os seus mentores, os quais o autor chega a citar nominalmente: Unesco, Conselho da Europa, Comissão de Bruxelas e OCDE.

O trabalho de pesquisa de Bernardain caminha a partir de análise de documentos publicados pelos próprios organismos internacionais citados acima, e no seu trabalho de pesquisa expõe ações presentes destes mesmos organismos, na modificação de valores, comportamento e atitudes dos agentes discentes e consequentemente sociais por meio da ação organizada nos meios de ensino, desde os anos escolares iniciais até a educação superior.

Lembrando a nossa pergunta acima: como se dá esta influência na praxi de uma pedagogia histórico-crítica no meio docente e teóricos da questão? Se para um pensador teórico crítico como o Frei Betto que olha a história a partir de um prisma da historiografia marxista vemos, ele, pensar assim: “Desde Marx até a teologia da libertação, todos nós sabemos que não haverá plena emancipação sem superar o sistema capitalista. Uma educação crítica e libertadora não deve perder de vista esse objetivo.” (BETTO, 2015, s.p.), isto é, a missão da pedagogia histórico-crítica não acabará antes da superação [ou destruição] do sistema capitalista.

Sobre o ponto de vista historiográfico o modelo do materialismo histórico de Marx terá um aparente futuro de questionamentos em todos os níveis, como por exemplo, no caso cubano, onde há aquele defenda ser uma democracia e outros não, e quem escreverá a história? Se para o doutorando e professor universitário, Luiz Filipe Pondé, Cuba não é uma democracia, quando escreve em sua coluna no Jornal Folha de São Paulo: “Cuba se acha democrática, quando na realidade é uma ilha sitiada por um sistema da idade da pedra.” (PONDÉ, 2018. Folha de São Paulo. 2018), já para a professora Anita Leocádia Prestes que é professora do programa de pós-graduação em História Comparada da UFRJ e presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes Cuba é uma democracia quando nos escreve assim:

 

O Parlamento cubano se apoia em cinco pilares de uma democracia genuína e verdadeira, a saber: O povo propõe e nomeia livre e democraticamente os seus candidatos. Os candidatos são eleitos mediante voto direto, secreto e majoritário dos eleitores. O mandato dos eleitos pode ser revogado pelo povo a qualquer momento. O povo controla sistematicamente os eleitos. O povo participa com eles da tomada das decisões mais importantes (PRESTES, 2014. Acesso em 29 de ago. de 2018.)

 

O método historiográfico marxista, na educação e em relação à história, com sua visão dicotômica [opressor versus oprimido] da história vêm influenciando na vida: social, cultural, politica e basicamente na educação. A metodologia do autor dete trabalho e a Historiografia da Liberdade e baseado nela o leitor observa os dois lados, istoé, os dois pontos de vista, socialista e um que o contraponha como expomos e ainda será mostrado na ultima parte desta pesquisa, aliás, como disse Leonardo Boff, que é um marxista: “todo ponto é a vista de um ponto” (BOFF, 1998. p. 2), assim, a resposta ao leitor deste artigo: qual é a versão correta da história? Será para o autor deste texto aquela que venha do próprio leitor deste artigo diante das duas exposições; istoé, da liberdade do individuo, em: expressar seu pensar. Quanto ao que é também democracia entedemos que é o governo do povo como a prória etimologia nos diz me dido pelo grau de liberdade de cada indivíduo, no seu agir e movimentar livremente dentro e fora de seu país sem barreiras e sem medo, participando do destino de seu pais no voto. É na verdadeira democracia e na liberdade individual que se dá ao aluno a verdadeira emancipação e não o seguir doutrinas filosoficas com uma dogmática pré estabecida para pensarmos.


        5 COMO HISTORIOGRAFIA MARXISTA ACONTECE NA PRÁTICA: CAUSAS E EFEITOS

             Podemos iniciar com a pergunta: como o escrever a história acontece na prática de um adepto do materialismo histórico, e quais causas e efeitos desta historiografia dita crítica? Para tanto vamos de início vamos a antes de Marx, digo, a Immanuel Kant que fará dar mais observação ao que iria ser chamado de criticismo, este que, é um posicionamento metodológico em filosofia que inicia em Kant, como assim escreveu Alexandre F. Morujão no prefácio da edição portuguesa: “Kant afirma que a filosofia passa por três fases: a dogmática, de que é modelo o sistema wolffiano, a céptica representada em grau eminente por Hume e a critica que ele próprio inaugura (KANT. 2001. p.9), assim, desde então começa um lidar crescente com o espirito critico filosófico que em Marx comporá a sua visão dentro de uma modelo materialista. Em vermos escrever Marx “é natural que o proletariado de cada país deva, antes de tudo, liquidar a sua própria burguesia” (MARX, K.; ENGELS, F. 1999. p. 17)vemos o mesmo apontar para uma exortação; a um ato radical (revolucionário) com proletário versus burguesia/capitalistas – campo econômico. Mais tarde na década de 1920 com a Escola de Frankfurt os antagonismos vistos nas lutas de classe transcendem o domínio econômico e expande ao social e não mais apenas no proletário, bem com está exposto num site de nome, Toda Matéria: “Os “frankfurtianos” também ficaram marcados pela influência marxista, contudo, consideraram alguns fatores sociais que o próprio Marx não previu” (TODA MATERIA. 2017), para assim surgir um marxismo, agora, não apenas com foco no proletário, segundo Netto (1994. p. 33) citando Marcuse, mas também, dentro do que se convencionou a ser chamado de “excluídos” ou minorias sociais – campo social (NETTO, 1994), isto é determinante e norteador para a escrita da historiográfica marxista, isto é, ela se guiará à luz desta perspectiva coletivista social, que a partir da crítica marxiana e “frankfurtiana”, com a sua perspectiva binária, como foi a visão “Zaratustriana” dualística de mundo, esta “luz” do materialismo histórico (coletista) estará sobre os fatores econômicos, materiais, impessoais e sociais e não sobre os indivíduos como os motores da história, lembrando que o motor para Marx era coletivista e não individualista “a historia de todas as sociedades que existiram até os nossos dias tem sido a história da luta de classes” (MARX,: ENGELAS. 1999. p. 7).

Concluindo com um exemplo bem prático de como a historiografia marxista escreveria um fato: digamos que alguém, historiador, se assuma como aquele que parte do materialismo histórico. De antemão, isto quer dizer que atos de grandes homens não são aceitos como pressupostos teóricos, pois, a historiografia marxista não foca o mover da história, a priori, numa história que é essencialmente determinada pelos atos individuais de grandes homens, líderes carismáticos que conseguem alterar o curso dos acontecimentos através da imposição de sua vontade. Por outro lado o historiador materialista verá antes de todas as coisas o modo de produção da vida material, os fatores econômicos, que constituem, para ele, o motor da história. Assim, é de se esperar que no momento em que ele estiver escrevendo um texto de história sobre os eventos de 1917 na Rússia, por exemplo, tenha a cautela de deixar claro que as verdadeiras causas da Revolução Russa se encontram em fatores impessoais e de natureza econômica que impulsionam os fatos, e não na vontade de um líder com seus pensamentos e virtudes, sendo, tais eventos acompanhados a partir de um espirito crítico [causa] que transformaram aquela realidade [efeito].


            6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 

            Este texto expos e revelou que o marxismo é uma proposta de mudança de mundo a parti de uma teoria crítica desenvolvida e inserida na metodologia histórico crítica, logo, a historiografia baseada na mesma seque sendo norteada pela teoria crítica marxiana, e por isso, descobrimos que devemos analisa-lo de antemão e perguntando: - quais são os seus objetivos? Para tanto neste texto a partir da problemática: “o que é, e quais os principais impactos da utilização historiografia marxista crítica para o historiador, professor e alunos?”

Um questionamento crucial que pode ser feito é que tendo a teoria crítica a visão marxista dentro de si, pode-se dizer que, àquelas pessoas que as usam verão o mundo deste ponto de vista marxista com toda a sua doutrina e dogmática, assim, será a sua visão, isto é, a visão do próprio indivíduo ou a visão de outro que colocaram em sua mente?

Finalmente chego à conclusão que sim. Sim, todas as pessoas que têm a visão crítica marxista não pensam por si, mas são como uma caixa de ressonância ou replicador de pensamentos alheios, logo que, o bem e o mau segundo os seus conceitos e juízos são os conceitos e juízos da doutrina de uma mente alheia a sua. Desta forma a mente de um socialista está alienada não sendo a verdadeira expressão que o indivíduo teria se não a tivesse.

Quanto a historiografia marxista, a teoria crítica, o materialismo dialético interligados dentro da historiografia marxista e influenciados na mente do historiador ou professor de História fará deste um militante ideológico (e político), sendo este um valor que ele aceita e agrega para si pois em seu pensar ele está ajudando a sociedade e a humanidade, e isto pode acontecer mesmo que este não perceba executando assim de forma inconsciente. Inconciente ou consciente pratica ativismo político porém muitos crendo que estão apenas ajudando a emancipar da "opressão seja capitalista", seja de pretensas "minorias", pretensos "excluídos", "forças opressoras sedimentadas na sociedade em que vive", etc. Em boa parte sempre pronto para ser usado como instrumento político de grupos políticos, sidicatos, e afins, que comungam o mesmo corpo doutrinário crítico filosofico, isto é, a da Teoria Crítica que está colocada dentro da historiografia marxista e, é abordada neste artigo.

 

              REFERÊNCIAS

 

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 Entendendo historiografia rapidamente. 

    

Começamos a estudar a história lá na sala de aula em nossas escolas desde de remota idade. A prendemos a cronologia do tempo de forma organizada, como antes e depois de Cristo. Nossos professores costumam nos apresentar a divisão da linha do tempo entre antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Aprendemos também a dividir a história em períodos da pré-História até aos nossos dias. Passamos a ter contato com os materiais que nos são instrumentos, como livros de história, filmes e documetários que abordam conteúdos da história, nos apresentam imagens documentais históricas, etc. Porém, não se fala de como a narrativa é construida, isto é, o como o que foi dito foi escrito ao longo de todo esse tempo, isto, raramente se apresenta. Este é o tema da historiografia.

    Temos na palavra historiografia a composição dos termos “história” (gr. ἱστορία, significadohistoria, que diz: "pesquisa") e também “grafia” (gr.γράφειν, que diz: "escrever" sendo a escrita). Podemos dizer, então que, historiografia é uma expressão que nos fala que é uma "escrita de uma pesquisa", isto no construir de uma narrativa. Para ser objetivo historiografia  e´a escrita do passado, por isto, uma escrita do passado, isto é, História.


Por: Robson Willer Scardini


  HISTORIOGRAFIA DAS PESSOAS E A LIBERDADE: 

Pode haver liberdade e não inferência ideológica? (Parte 1)


Por: Robson Willer Scardini


Sobre a pergunta: pode se ter influência por parte do professor, e, este junto ao aluno no aprendizado de história? Digo que não são poucos os historiadores e professores de história que dirão que sim. Este "sim" é baseado no pensamento de que todos os indivíduos têm construtivamente uma identidade ideologia, e, é apartir desta ideologia adquirida que surgirá a perpectiva dos fatos pelos indivíduos. De fato pode-se a até crer que todos nós seres humanos vivendo em sociedade somos ensinados de acordo com o nosso meio social no que ele nos passa em termos de valores, princípios, ética, religião, organização. etc; e olharmos o mundo através deste prisma. Porém, mesmo assim vai a pergunta: podemos dizer que há um aluno de história pode ter um aprendizado livre destas influências? Sim! Eu creio que posso defender esta tese do sim: "Sim é possível aprendermos história sem influências daquilo que retemos de pensamentos adquiridos, e afins." Então, COMO? Eis a nossa questão. 

         Todo método historiografico, até hoje, nos levavam a uma perpectiva dos eventos históricos em distintas visões e ponto de vista de acordo a visão pelo prisma daquela visão espesífica, porém, aqui não estamos falando das visões metodológicas e dogmáticas já construidas, mas de um novo método que ousa dar aos alunos de história e demais a visão do prório aluno ou demais, isto é, DAS PESSOAS em si, e não a visões ou perpectivas pré estabelecidas em métodos diversos; e, mesmo neste método. É este método que vem a ser convencionado a se chamar "Historiografia das Pessoas". Porque das pessoas? Por que o seu ponto de vista é o ser humano na sua natureza de ser e biológica, aqui é o seu ponto de partida e ponto de vista para os fatos históricos. Desta forma o método "das pessoas" busca ser um facilitador ou intermediador entre o fato histórico e a pessoa do indivíduo. O método expõe o fato, mas não o julga, pois nesta métodologia a síntese e julgamento pertensem ao aluno e a quem é exposto um texto cabendo ao professor ou historiador o papel de mediador.
    

 Cuties, Mignonnes: uma análise do filme.


Por: Robson Willer Scardini


O que está acontecendo nesta fase de nossa história em que estamos atravessamdo a década de 2020? A industria do entrenimento vem não dialogando com o cidadão com das américas e surgem cada vez mais críticas ao que se vê em novelas, filmes, séries, etc. Poderíamos conversar sobre isto, mas no momento aqui fica apenas uma análise do filme como veremos a seguir.

        Segundo o autor e a posteriori a Netflix o intento é fazer uma crítica à hipersexualização de meninas pré-adolescentes, palavras que parecem falaciosas ao ver o conteúdo. Na realidade ao ver o roteiro o que transparece é ser uma crítica à sociedade dita conservadora. O nome do filme poderia ser Amy (11), pois esta menina é trás a razão do filme, e transparece ser a que está, principalmente, gerando esta conversa toda sobre o filme polêmico que trás o conflitar com pensamentos hegemônicos da sociedade, onde religião, âmbitos e pensamentos estabelecidos se conflitam na mente de alguém que está descobrindo o mundo numa fase pré-adolescente. O filme gera em torno de: tabus, hábitos e costumes. conflito intergeracional, sendo esta a temática de Mignonnes. Um problema que vejo é que o conflito é tratado para estimular o próprio conflito e não sendo uma aula de diálogo ou reflexõ ao assunto dos conflitos entre gerações. Outra coisa estranha é esta temática em torno de conflito geracional sendo levado de uma forma que não é uma mensagem instrutiva ou positiva para o público a que se direciona (adulto), mas expõe a este a sensualidade de pré-adolescentes de onze anos.

          Há um momento em que a personagem principal (Amy) se insinua sexualmente, de leve, para um adulto, sendo irritante para muitos, e isto apenas para usar um celular. As meninas do grupo de dança “Cuties” ou “Mignonnes” usam palavrões, cujo uso por pré-adolescentes chocará pode também chocar. É um filme que é bem semelhante ao de ativismo político ideológico sob uma perspectiva marxista/progressista quando buscam trazer à dialética social-conservadora vs ideias "emancipatórias" na direção de uma pretensa revolução cultural, como já tivemos nas décadas de 1960 e 1970, tendo como cenário de fundo a religião, pretensos tabus, hábitos, valores e princípios estabelecidos, e afins.

       Muitos não acham problema no debade de tabus, valores e pricípios intergeracionais, mas a questão é o como se dá tal enfoque e como se trabaçha tal questão.

         No caso do filme Cuties (Mignonnes) a própria exposição de pré-adolescentes em sua suxualidade e sensualidade já leva a muitas pessoas a condená-lo apenas neste ato não importando mais além disso qualquer discurso em defesa de tal filme.

  HISTORIOGRAFIA MARXISTA: Teoria Crítica: um elemento da historiografia marxista.     1. INTRODUÇÃO Primeiro, antes da leitura, deve ser en...